Pin gentilmente oferecido pela Confraria do Presunto e da Cebola do Tâmega e Sousa.
A Confraria do Presunto e da Cebola do Tâmega e Sousa, com sede em Penafiel, apostou nestes dois produtos por lhes reconhecer a persistência de uma matriz identitária comum. Na verdade, quer um, quer outro, têm dimensão na economia doméstica. O porco, outrora, era o animal de excelência na casa sendo que, por alturas entre o dia de Todos-os-Santos e o Natal, era combinada a sua matança. Momento onde o coletivo sobressaía, quer pelos laços familiares, quer pelos laços de vizinhança, era, sobretudo, um momento de festa, de celebração pela fartura que se adivinhava para o ano. Dali se retiravam as carnes para o fumeiro e para a salga estando asseguradas as provisões para os dias de enriquecer a mesa com um qualquer enchido. Aproveitado até ao limite, o porco representava a riqueza de uma casa sendo que a sua venda era indício de aflição ou desgraça financeira.
Ao presunto foi adicionada a cebola como designação desta Confraria de Vale do Sousa, sobretudo por se perceber que o tipo cultivado por aquelas terras teria qualidades organoléticas específicas. Macia, de sabor menos intenso e mais doce que ácida, a cebola ‘Garrafal’ encontra neste território condições privilegiadas e, por isso, adquire grande expressão na produção agrícola local.
Por outro lado, a Feira de São Bartolomeu, santo que guarda o demónio apenas o libertando na noite de 23 para 24 de agosto, é invadida por cambos de cebolas que são vendidos entre os visitantes. Apesar da presença de muitos outros produtos também de origem de Vale do Sousa, distinguem-se as muitas cebolas que criam um cenário bonito ligado ao mundo rural.
Por lhe reconhecer importância económica e cultural, a Confraria do Presunto e da Cebola desenvolve com os produtores um trabalho de valorização. Esta confraria impôs aos confrades dois desafios de grande importância que traduzem o espírito desta confraria: convergência de vontades e união na ação.
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